13.12.02

Ontem eu fui assistir Madame Satã.
Eu havia criado muitas expectativas em relação a este filme. Sempre ouvi dizer que Madame Satã era um mito forte na cultura carioca e que foi um “travesti” dos anos 30 que revolucionou a boemia carioca.
Com estas referencias, fui ao cinema. E o que eu vi no filme foi como uma trepada sem gozada (desculpe a analogia, mas foi exatamente isso que eu senti).
Eu achei o filme fraco. Acho que o melhor do filme é o final. Com o Satã criando o mito.
Vi várias cenas que não acrescentaram em nada, que estão no filme simplesmente com o intuito de chocar. E achei isso desnecessário. Para que mostrar a cena de sexo entre a Madame Satã e seu namorado? Ficou evidente que aquela cena era para chocar as platéias conservadoras.
Se fosse eu que tivesse escrito este roteiro, colocaria na primeira parte a história da vida dele, no meio a criação do mito e no final do filme a história do mito até a morte dele. Como ele envelheceu e morreu. Senti falta disto no filme.
A interpretação dos atores foi maravilhosa, valeu o filme todo.
A atriz que faz a Laurita, Marcélia Cartaxo, dá um show de interpretação. Gosto do trabalho desta atriz desde o filme a Hora da Estrela.
O ator que faz o Tabu conseguiu fazer um trabalho tão bom, que em certos momentos do filme eu vejo uma empregadinha afetada extremamente engraçada. É esse personagem que proporciona os melhores momentos do filme.
O ator que faz a Madame Satã teve uma preparação corporal maravilhosa. E achei que ele ficou a cara da Zezé Motta.

Vale a pena ver o filme, mas é bom ir ao cinema sem esperar um filme de impacto como o Cidade de Deus. É bom ir com a idéia de que verá um filme bom, e não um filme marcante.

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