6.5.02

Hoje amanheceu chovendo. Sempre fico um pouco melancólica com a chuva. Acho que ela é sublime, mas me deixa na melancolia.
Estava vindo para o trabalho quando comecei a pensar na minha profissão. Ontem fui ensaiar e foi muito bom, me senti bem leve em relação ao meu personagem. A peça tem um tema pesado, a Natália não é fácil, mas eu sinto um prazer enorme em fazê-la.
Ser atriz é algo muito profundo. Sempre falei isso e sempre vou falar. É assumir para voce, uma vida que não é sua; é viver intensamente uma vida que não é sua e com valores que podem não ser seus. É uma forma de viver bem diferente. E atualmente, eu não sei se é melhor ser Natalia ou Adriana.
Cheguei a conclusão que esta letra do Cazuza é bem o que sinto em relação a minha profissão.


CARENTE PROFISSIONAL
(Frejat/Cazuza)
Tudo azul
No céu desbotado
E alma lavada
Sem ter onde secar
Eu corro, eu berro
Nem dopante me dopa
A vida me endoida
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar prá ser
Carente profissional
Carente...
Se eu vou pra casa
Vai faltando um pedaço
Se eu fico, eu venço
Eu ganho pelo cansaço
Dois olhos verdes
Da cor da fumaça
E o veneno da raça
Eu mereço um lugar ao sol
Mereço ganhar pra ser
Carente profissional
Carente...
Levando em frente
Um coração dependente
Viciado em amar errado
Crente que o que ele sente
É sagrado
E é tudo piada
E é tudo piada

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