8.1.02

YSL

Não sou profunda conhecedora de moda. Faço a minha moda pessoal e admiro poucas coisas que vejo em desfiles. Acho que desfile é um show, mas, entre assistir o show e vestir o show diariamente existe uma grande distância.

Eu sempre acreditei que a Alta costura era coisa de madame boba, aquelas mulheres que casam com empresários e multi milionários, que não tem nada para fazer e fica o dia inteiro na Daslu gastando dinheiro sem motivo.

Mas hoje, lendo o discurso de despedida do Yves Saint Laurent, eu li algo que mudou minha concepção sobre moda. Para quem cria, o conceito é diferente, mas quem usa, geralmente, não sabe entender a criação. Eis a citação do homem:

Digo a mim mesmo que criei o guarda-roupa da mulher contemporânea, que participei da transformação de minha época. Eu o fiz com roupas, o que é certamente menos importante do que a música, a arquitetura, a pintura e várias outras artes, mas, seja como for, eu o fiz.

Creio que serei perdoado por contar vantagens, mas, desde há muito tempo, eu acreditei que a moda não era apenas para embelezar as mulheres, mas também para lhes dar confiança, certeza, permitir que elas se assumissem.

Sempre fui contra os fantasmas de alguns que satisfazem seu ego através da moda. Ao contrário, eu quis me colocar a serviço das mulheres. Quer dizer, servi-las. Servir seus corpos, seus gestos, suas atitudes, sua vida.


Achei isto muito bonito. Porque a visão que eu tinha do Yves era de uma pessoa fútil e sem critérios. Mas provou ser o contrário. Fiquei fã dele.

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