Peça
A gente estuda teatro e fica com um senso crítico apuradíssimo. Não vejo uma peça com o mesmo olhar de um espectador normal. Vejo alguns detalhes que, normalmente, as pessoas não vêem. Posso parecer crítica e chata, mas é a minha opinião como estudante de teatro.
Hoje, fui com o Manny assistir a peça:
ISAURINHA GARCIA – PERSONALÍSSIMA
Com ares de superprodução, o musical reúne quinze atores, entre eles Rosamaria Murtinho, que vive a protagonista. Isaurinha Garcia (1919-1993), que alcançou a fama nos anos 40 e 50, foi coroada a Rainha do Rádio paulista. O espetáculo reconta a trajetória artística da admirável cantora e sua conturbada vida pessoal, feita de dois casamentos desastrosos e várias tentativas de suicídio. Acompanhada de quatro músicos, Rosamaria solta a voz em sucessos como Mensagem (Aldo Cabral e Cícero Nunes), Vingança (Lupicínio Rodrigues) e De Conversa em Conversa (Lúcio Alves e Haroldo Barbosa).
Vamos aos fatos,
A Rosamaria não me convenceu no papel de Isaurinha Garcia. Primeiro, ela não solta a voz, como esta na nota acima. Ela canta baixo e, como não é cantora, acaba não colocando emoção na voz. Dá a impressão de que se ela elevar o tom de voz, vai acabar desafinando. Não senti a vibração e a emoção do personagem. Não consegui me emocionar com a voz da Isaurinha da Rosamaria. Pensei que era nervosismo de estréia, até a hora que Manny me disse que a peça já esteve em cartaz no Rio.
Por causa disso, eu achei que a interpretação da Rosamaria também deixou a desejar. Fiquei pensando se fosse a Marília Pera. Talvez fosse melhor.
Colocaram uma peruca loira nela que fez ela parecer o Bozo. Um horror.
O ator que faz o personagem "Vassourinha" dá um banho na Rosamaria. Ele canta, dança, atua de verdade. A peça vale por ele e pela Taís Araujo. (bom, eu e Manny acreditamos que a atriz do personagem "Cecília" é a Taís Araujo)
A cenografia e figurino são impecáveis. Várias roupas me deixaram com água na boca. A produção da peça é maravilhosa e vale o ingresso. As músicas são cantadas com acompanhamento ao vivo, o que dá um charme especial ao espetáculo. O uso da expressão "gongada" e as novas gírias que serão lançadas por este blog também foram destaque.
Na minha singela opinião, o maior pecado desta peça é a falta de indicações do tempo cronológico. A gente tem que ficar a peça inteira tentando descobrir em que ano se passa a cena.
Mesmo tendo esta impressão da peça, acho que vale a pena assistí-la para aprender um pouco da história da Isaurinha.
A Isaurinha é do chuá!
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