14.1.04

Historia de um bebe



Sexta feira tudo estava normal.
A barriga grande me cansava e me deixava andar devagar.
Nada muito diferente dos dias anteriores.
Fui passear com o Lu. Encontramos amigos, demos risadas e chegamos em casa tarde.

No dia seguinte aconteceria uma mudança nos quartos da casa.
O nosso quarto seria o maior. Mudaria cama, computador. Tudo!!
Também aconteceria um curso de gestante que o plano de saúde fornece.
Resumo da ópera: O sábado seria uma verdadeira loucura.

Acordei com uma dorzinha no baixo ventre que tirou o meu bom humor.
Fiquei azeda e pensei: Pronto, lá vem a Clarinha com mais um alarme falso.
A casa começou a lotar de gente e eu azedando cada vez mais.
Chamei o Lu e pedi para ele me levar para casa da Madame Chiara. Eu sabia que não poderia
ajudar em nada e a dor estava aumentando cada vez mais.
Saindo de casa, eu falei para o Lu: "quanto voce quer apostar que ela vai resolver nascer hoje. Bem no dia da bagunça"
Ele me levou para casa dela e eu pensei: Agora eu consigo dormir em paz!!.
Eu havia dormido só tres horas na noite passada. Estava cansada e mal humorada.

Deitei e não consegui dormir. As dores aumentavam gradativamente.
Eu levantava toda hora para fazer xixi e andar um pouco.
Era algo que estava ficando forte e que eu não sabia como controlar.
O médico havia dito para eu tomar um remédio para amenizar as dores na vez que eu fui parar no
pronto socorro.
tomei o bendito e .... nada. A dor só aumentava.
Deitei no puff da sala e vi minha barriga aumentando de tamanho a cada dor que eu sentia.
As 15.35, a dor estava tão intensa que uma lágrima escorreu do meu olho e eu pensei:
Algo está errado. Vou ligar para o médico agura!!!
LIguei, expliquei o que estava sentindo e ele me orientou a ir ao pronto socorro novamente, já que era impossivel
fazer qualquer diagnóstico por telefone.
eu falei para Chiara:
Poxa, Chi... lá vamos nós para mais uma alarme falso da fofa.
E como eu vou saber se estou tendo uma contração se eu nunca tive uma antes? Poxa, minha única referência é o estouro da bolsa
d'agua e até agora, nada dela estourar".

Liguei para o Lu e pedi para ele ir me buscar.
Desliguei o telefone e fui novamente fazer xixi. Só que não era xixi e sim sangue.
Falei para Chiara e ela saiu correndo pro banheiro para tomar banho e dizendo.. "E hoje!!"
Liguei para minha mãe e pedi para ela arrumar tudo que a Clarinha ia chegar.
Só ouvi os gritos dela e da minha sogra.
O Lu chegou e ficou assustadíssimo quando eu disse que o rumo havia mudado. Iríamos para o Hospital
Santa Catarina direto.
Ao mesmo tempo que ele estava tenso, eu notei que ele também achava que era mais um truque da mocinha.
E as dores? Bom.. eram tão intensas que eu nem conseguia falar.

Entramos no hospital e eu fui direto para a sala de pré parto. Entrei no hospital por volta das 16.30.
A enfermeira fez um teste para ver se eu estava com alguma dilatação. E eis que escuto:
"Voce esta com 7 dedos de dilatação! Ela nasce ainda hoje".
Eu fiquei muito passada. Eu entrei em trabalho de parto na casa da Chiara e nem sabia!! Comecei a me emocionar tanto
que sentir as contrações doloridas me faziam chorar, mas não de dor, mas sim de emoção.
A minha espera pela minha filhinha estava acabando.
O Doutor Julio foi chamado. O Lu entrou na sala com roupinha de médico. Tudo começou a ser preparado. E eu pensando:
"Mas e a bolsa. Não vai estourar?? Que saco!!" A bolsa foi estourada pelo médico e depois do tão esperado estouro da bolsa, as contrações
começaram a ser regulares, ou seja, de quatro em quatro minutos.

Fui para sala de parto me retorcendo de dor.
Não senti medo em nenhum momento. Relaxei e pensei: Tudo está dando certo e assim continuará.
Só sei que fiz as forças quando me pediram. Tomei uma leve anestesia para amenizar a dor.
E na hora que eu ouvi:
Dá próxima vez que voce fizer força, ela nasce: eu entendi: "Faz força ai" e fiz...
ela saiu muito facilmente nas mãos do médico.
Na hora que ela saiu, eu senti um alívio imediato e uma grande vazio.
Poxa, ela morou ali durante nove meses e depois sai assim??
ãs 18.45 ela veio ao mundo.
Personificou o meu amor pelo Luciano.

Ela nasceu e foi limpa.
Eu olhava para o lado e via o Luciano soluçando de tanto chorar. Pensei que ele iria morrer.
Ouvi o chorinho da Clarinha. Ai fui eu que não parei mais de chorar.
Ela veio para os meus braços e eu falei para ela o quanto ela é bem vinda e amada. Como ela é especial para todos.
Chorei muito ao ver os olhinhos dela abrindo para mim.
Nunca senti nada igual.
Ela é pequenina e frágil. Eu me senti tão feliz, mas, ao mesmo tempo, com um medo de fracassar na criação dela.
Aquele corpinho pequeno precisando de carinho e de muita proteção.

Após o parto e toda emoção que eu senti. Fui para o quarto.
Todos meus amigos e pessoas importantes esperando por mim.
Foi muito carinho e muito afeto num dia só.
Na hora que a Clarinha veio para a primeira mamada, eu fiquei muito emocionada. Chorei muito ao ver aquela boca
mamando.

Enfim.. esse post é para descrever o parto e tudo que eu senti, antes durante e depois.
Se eu continuar, vou escrever o mesmo texto várias vezes, ou seja, chorei muito ao ver a Clarinha.

Ser mãe é dolorido, mas, ao mesmo tempo, sensacional.

Estou me sentindo a mais realizada e feliz das mulheres.
Sou mãe! E isto era a última coisa que eu imaginava que aconteceria comigo.

Agora, deixa eu correr porque ela está querendo mamar!!

Fotos do parto e da minha estadia no hospital,
Clique Aqui

Nenhum comentário: