Mania de doida
Eu tenho uma mania. Não sei se todo mundo faz isso, mas eu sou uma demônia neste negócio de olhar alguém na rua e começar a inventar a “história de vida” para pessoa. Eu levo em consideraçao apenas o que ela aparenta ser.
Geralmente eu começo pela vida sexual do ser.
Começa assim: Será que esta pessoa já realizou todas as suas fantasias sexuais? Será que ela faz coisas que ninguém imaginam? Será que ela gosta de tudo que diz odiar? Ai começa a rolar a maldade: Será que o marido dela a trai com um travesti-pedreira? Será que ela sai com o cara que dirige a perua escolar do filho?
Outro dia, vi um garoto cheio de espinhas, piercing e tatuagens. Ele tinha uma mochila nas costas e ouvia um walkman no volume máximo (lógico que ele escutava rock) Ele não aparentava ter mais de 18 primaveras. No ato veio na minha mente: Este garoto é cabaço. Virgenzinho da Silva!
Não fiquei muito tempo pensando em sexo porque ele aparentava total falta de experiência no assunto. Logo mudei o foco e imaginei: O que será que ele quer da vida dele? O que será que ele imagina para o futuro dele, se é que ele pensa algo a respeito?
Eu também vi uma mulher com olheiras profundas e pensei: Nossa, ela tem cara de que já sofreu para caramba. Será que ela apanha do marido?
Este exercício é praticado diariamente por mim e pelo maridon a caminho do escritório. Outro dia, paramos o carro na esquina da Rebouças com a Faria Lima, ao lado tinha um carro com uma mulher com cabelo estilo “bolo de noiva”. O maridon destila: “O que ela faz da vida? Será que ela é advogada?” Eu respondo: “Não Luciano, ta na cara dela que ela é secretaria bilíngüe de diretoria de multinacional”. Logo após, atravessa a avenida um rapaz alto, de calça social preta, camisa branca e blusa de lã cinza. Ele também tinha uma mochila nas costas e óculos na cara. Cabelinho batidinho e cara de bobão. Não pensei duas vezes e disse “Lu, este cara é do CPD. Tenha certeza disso”. Depois desta frase, caímos na risada e partimos rumo ao dia de labuta. Sempre que eu consigo ver o ser ao lado, começo a inventar historia e a imaginar toda a vida do ser.
E com essa brincadeira, vou montando meus personagens e meus tipos teatrais.
* Não faço isso com a intenção de julgar a ninguém. Isto não passa de um exercício de criatividade *
Depois de confessar esta mania, vamos testar a aptidão dos leitores.
Olhem para esta foto e me digam o que vocês acham dela.
Eu digo: cuen?
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