8.3.04

Reflexão



Faz tempo que eu não escrevo algo pessoal neste blog.
Sei lá, não gosto de expôr algumas coisas tão íntimas, mas hoje eu resolvi fazer.

Ontem eu fui surpreendida por uma pergunta que me fez refletir muito.
Um amigo meu perguntou: "Você está com medo de ser mãe?"

Na hora não consegui responder, mas fiquei pensando nesta pergunta durante algumas horas.

O que é ser mãe?

Hoje eu tenho uma filha de dois meses. O que ela vai esperar de mim no futuro?

O que eu preciso fazer para minha filha ser uma pessoa de bem? Honesta, digna, responsável e, acima de tudo, feliz?

Eu comecei a pensar o que minha mãe fez para mim, o que eu sinto falta e o que eu quero dar para minha filha.

Lembro bem que minha mãe sempre conversou abertamente comigo sobre sexo e drogas. Apesar da religião dela bloquear qualquer diálogo mais profundo sobre estes assuntos,
ela não falou que os bebes vinham da cegonha. Ela deixou bem claro o que era sexo e o que significava.
Ela sempre me mostrou o caminho certo para eu não ser uma criminosa, apesar de todas as influências negativas ao meu redor.
Ela me ensinou a respeitar todos, mas, principalmente, eu mesma e o meu corpo.
Só acho que faltou um pouco mais de diálogo.
Mas enfim, eu a amo demais e sou grata por tudo que ela fez e faz por mim.

Acho que a tendência é que nós, mães, façamos a mesma coisa que os pais fizeram acrescido do que achamos que faltou.

Se estou com medo de ser mãe?
Acho que é a maior responsabilidade que eu tenho na minha vida. Eu coloquei uma vida, uma alma no mundo.
Devo zelar o máximo que puder por ela.
É uma viagem sem volta. Não tem como devolver um filho.
Tenho medo sim... como tive medo da gravidez, mas consegui passar por ela sem maiores problemas. Graças a Deus ela foi tranqüila.

O que eu pretendo, do fundo do meu coração, é deixar bem claro para minha filha o quanto ela é amada, tanto por mim, como pelo pai e toda família.
Quero que ela saiba que ela é bem vinda e sempre será.
Que antes de ser mãe dela, eu quero ser amiga dela. Que jamais vou repreendê-la com o intuito de mostrar autoridade.
Sempre tentarei fazer com ela o que eu faço com o pai dela. Resolver todas as nossas diferenças com muito carinho e diálogo.
Eu me preocupo com o futuro dela desde a primeira vez que olhei nos olhos dela. Quero que ela tenha tudo do bom e do melhor, não só material, mas de afeição também.

Quando eu olho para aquele pedacinho de gente, tão indefeso e dependente, sinto a plenitude do amor.
Agora eu entendo o que é amor de mãe. Nada se compara ao sentimento do amor incondicional.

Eu espero que eu consiga encarar mais um medo que tenho como fiz com os outros, de cabeça ergüida e com muita alegria.
Peço a Deus todas as noites uma ajudinha dele para não fracassar nesta missão.

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