6.12.01

Como o Jason na noite de sexta

A pequena mulher encontrava-se em casa.
Arrumando seus papéis e documentos pessoais.
A noite era quente e convidava para momentos de prazer supremo com gosto de Cuba Libre.
Ela usava o seu vestido tubinho branco e pensava na repartição onde trabalha, nas tarefas do dia seguinte. O seu coque, no alto da cabeça, parecia enrolado numa banana.

Após a estafante arrumação da gaveta, a mulher se senta ao lado do telefone preto.
De repente, o aparelho toca altamente, assustando a mulher.

- Alô.
- Quanto tempo que não nos falamos. Espero que voce esteja bem.

Ela fica muda, pálida. A boca seca, o coração dispara. O amor se renova. A voz é reconhecida.
Sim !!! Era ele, o seu único amor verdadeiro. O homem que não sai da sua cabeça. O que homem que nunca saiu da sua mente. Mas que nunca foi seu de todo coração, nunca quis o seu amor.

- Eu estou bem. diz a moça com a voz embargada.
- Não nos vemos a tanto tempo. Sinto saudades de voce. Liguei apenas para te dar um oi. Tenho que dormir, amanhã acordo bem cedo para trabalhar
- Obrigado por ligar. beijos
- Beijos, diz o moço da voz rouca.

A lágrima teima em escorrer dos olhos.
O coque é desfeito
O tubinho dá lugar a uma camisola branca cumprida e transparente.
Ela deita na sua cama de casal e adormece, chorando, sentindo e amando.


O estrago foi feito.
As palavras funcionaram como uma navalha na alma da pobre moça. Retalhou o pouco que tinha.
Ele veio, falou pouco e foi embora. Matando mais um pouco da inocência e da pureza daquela mulher.
Como Jason, que aparece do nada e quando menos se espera. Faz o estrago e vai embora sorrindo.
E com certeza, voltará quando ela menos esperar para continuar a fazer seus estragos.

Trilha sonora:
Boleros

La Barca
Besame Mucho
Angústia

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